segunda-feira, 7 de julho de 2014

O estruturalismo e sua presença nas organizações

Por Matheus Oliveira

Como podemos definir a organização? Existem muitas definições e todas elas se encontram em um ponto: as organizações são sistemas estruturados que reúnem indivíduos para que seja atingido um objetivo comum. No entanto, sabemos que o conceito de organização é muito mais complexo que isso, pois não existem apenas relações formais entre os indivíduos, além disso, existem outras partes componentes da estrutura.
As estruturas estão presentes em tudo o que nos cerca, dentro de nós, inclusive, temos vários sistemas celulares, do mais simples ao mais complexo e isso também ocorre nas empresas. Nas organizações podemos perceber várias estruturas, como por exemplo, prédios, pessoas, departamentos, a própria cultura organizacional, etc.
Acontece que nem sempre essas estruturas são percebidas por todos que compõem a organização, pois isso varia de acordo com o foco que o indivíduo adota em sua percepção. No campo da Administração as estruturas são vistas como o modo que as organizações estão estruturadas. A partir daí surge um importante conceito: o Estruturalismo.
Com base nisso é possível compreender que as organizações são formadas por sistemas interligados onde o coletivo se sobressai aos indivíduos. O todo não é apenas o somatório das partes, uma vez que, existem várias relações entre elas e em cada uma existem elementos que geram dependência ao todo.
 O estruturalismo surgiu da união entre o enfoque formal da Escola Clássica e do informal da Escola das Relações Humanas resultando em uma organização mais complexa. Os estruturalistas vieram reforçar a ideia de que existem conflitos de interesses entre os indivíduos e a organização e até mesmo divergências de ideias entre os próprios indivíduos que compõem a empresa. Além disso, eles apontam que os conflitos não podem passar despercebidos bem como não podem ser totalmente solucionados. Dessa forma, eles são apenas amenizados, alcançando, pois, uma relativa harmonia e nunca deixando de existir.
Ainda de acordo com o estruturalismo, o conflito deve ser usado como forma de crescimento e para resolver alguns dos problemas organizacionais, pois ele gera mudanças e inovações à medida que soluções são alcançadas. Por meio de um processo cíclico, soluções atingidas levam a novos conflitos e consequentemente novas soluções e inovações. A partir desses antagonismos surgem as fontes de cooperação, que podem ser reais ou supostas dependendo do contexto existente. Para resumir: Os conflitos e a cooperação fazem parte do dia a dia das empresas.
As organizações surgiram para atender necessidades sociais e hoje é praticamente impossível pensar em realizar qualquer tipo de atividade que não envolva uma organização, famílias, instituições religiosas, empresas, Estado, estão presentes no cotidiano das pessoas e elas são interdependentes para o atingimento de seus objetivos, pois a atividade de uma, permite a realização das atividades das outras.
Realizando uma análise temporal, percebe-se que, inicialmente, a natureza era a única base para a sobrevivência, com o surgimento do trabalho, os elementos naturais passaram a ser modificados. Em seguida, com a transição feudo-capitalista, o capital tornou-se fator básico da vida social. Hoje, dentre outros aspectos, a organização utiliza de seus indivíduos para atingir seus objetivos, ignorando, muitas vezes, as vontades particulares de cada um.
No que diz respeito às organizações propriamente ditas, o estruturalismo buscou estudar as estruturas internas e a sua interação com o ambiente externo, incluindo a sociedade, mostrando que existe uma forte interdependência entre eles e que isso forma um conjunto. Surge o conceito do “homem organizacional”, um ser que desempenha um papel cooperativista e coletivista passando a desempenhar vários papeis nas organizações, flexível devido à diversidade da vida moderna e das múltiplas tarefas que faz.
A partir desse momento, o homem precisa ser tolerante às frustrações para evitar desgastes emocionais e deve ser capaz de adiar as recompensas em detrimento das vocações pessoais, mas mantendo o desejo de realização. Além disso, o indivíduo deve entender não apenas sua tarefa, mas o sentido do seu trabalho em relação à organização e à sociedade.

Portanto para os estruturalistas tudo em nosso meio é composto de estruturas, incluindo as empresas. Essas organizações são interdependentes e compostas por indivíduos que passam a desempenhar cada vez mais tarefas e se torna interessante que as pessoas entendam sua importância como componente do todo, ou seja, o sentido que seu trabalho tem. Os meios de controle passam a ser cada vez mais diversificados e presentes no ambiente organizacional. Às organizações, cabe entender até onde impactam suas atividades e relações com o meio que pertencem.

Um comentário:

  1. A teoria estruturalista, veio mostrar o quão importante é ate hoje o "homem organizacional", e mostra também como é importante nos mantermos atentos a todas os cenários e mudanças do mundo organizacional.

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