Regras: entre o apego excessivo
e o estatuto para inglês ver
Por Vinícius Araújo
Na
sociedade e até mesmo dentro de nossos lares não estabelecemos relações
harmônicas com todos. Nas organizações não poderia ser diferente. As empresas
não estão em um mundo à parte da sociedade, ao contrário, elas estão inseridas
nela e, portanto são fortemente influenciadas cultural e socialmente. Existem
conflitos, choques de ideologia, áreas que não conversam entre si, interesses
de coalização dominante e muitas vezes negociações que burlam a regra. Será que
a regra imposta no estatuto é sempre seguida não importando a situação? As decisões tomadas são impessoais? A igualdade burocrática ainda existe? Ou será que é impossível seguir à risca o que manda a burocracia?

Na
situação relatada acima, não seria mais fácil o funcionário orientar a pessoa
no momento do atendimento e resolver o problema de uma só vez? No entanto, no
estatuto daquela empresa a regra é clara para situações como esta e o
funcionário apenas a seguiu. O apego excessivo as regras burocráticas gera o
que Merton chamava de disfunção da burocracia.
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Acontece
que se as regras forem seguidas à risca, conforme manda o estatuto da empresa,
o sistema para, pane total. Imagine se um médico se recusa a atender um
paciente que atrasou 15 minutos do horário marcado? Certamente seria um grande
problema principalmente se o profissional fosse bastante requisitado. Sabe-se
lá quando haveria uma nova vaga na agenda do médico. Não podemos ter apego
excessivo às normas, pois eventualidades acontecem e precisamos estar aptos a
trabalhar com a adversidade. O mundo corporativo muitas vezes é volátil,
incerto, ambíguo, complexo.
Algumas
empresas não permitem que os funcionários mantenham relações conjugais entre
si. Mas ninguém controla os sentimentos alheios, não é verdade? O que fazer se
um gerente se apaixonar por uma recepcionista? Ou se uma atendente mantiver
relações amorosas com seu supervisor que é casado com analista de sistemas?
Muitas vezes, essas e outras situações acontecem, e acreditem, não é de maneira
velada. Todos da empresa sabem, mas as regras organizacionais não permitem.
Como gestor dessa empresa, o que você faria?
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Particularmente,
acredito que o apego excessivo à burocracia causa seu principal problema: “o
travamento do sistema”. Por outro lado, não podem existir estatutos apenas para
“inglês ver”. Assim, cabe à organização impor somente aquilo que ela conseguirá
cumprir. Em um ambiente corporativo, até mesmo com um exímio planejamento,
situações novas aparecerão e algumas exceções terão que ser feitas, até mesmo
porque, impessoalidade e igualdade burocrática são coisas que, literalmente,
não existem nas organizações.
As empresas hoje em dia, na minha opinião, procuram se tornar o ambiente de trabalho mais flexível, como por exemplo o google e facebook. Mesmo assim, seus colaboradores não deixam de seguir normas determinadas pela empresa.
ResponderExcluirCreio que no futuro as empresas se tornaram mais flexiveis, mesmo nos dias de hoje algumas já estão se tornando mais abertas!!!
ResponderExcluirDe fato, o excesso de burocracia acaba prejudicando as empresas. Dessa forma, é necessário equilibrar as normas/estatutos, tanto no sentido de manter a ordem como no sentido de ser mais flexível.
ResponderExcluirExcelente texto, ainda mais por valorizar a existência dos imprevistos mesmo com o forte planejamento estratégico que cerca a empresa.
ResponderExcluirPor mais que algumas empresas sejam bastante burocráticas creio que daqui uns anos essas empresas burocráticas e as novas que surgirão no mercado se tornarão flexíveis , pois creio que o mercado acabará exigindo isso delas
ResponderExcluirDeve haver regras sim, mas de forma moderada, dando um espaço para a flexibilidade exigida em casos inesperados como o de relacionamentos amorosos citado acima. Ótimo texto Vinicius!
ResponderExcluirCurti o texto Vinicius,e seus exemplos,mostrando de forma clara o excesso de burocracia que ainda existe por parte de algumas empresas.
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