O
trabalho pode ser definido como qualquer atividade física ou intelectual,
realizada por um ser humano, que tenha o objetivo de fazer, transformar ou
obter algo. Sua história é muito dramática de ser estudada. Trabalhar sempre
fez parte da história da humanidade e desde os primórdios ele se relacionou com
o ser humano de diferentes formas. Pelo fato de ser antiga e muito abrangente a
história do trabalho é abordada pelos mais diversos aspectos como: a
escravidão, a evolução do trabalho, a industrialização, o assalariamento, entre
muitos outros.
A origem da palavra trabalho deixa evidente o conceito que a mesma possuía em seu surgimento. Originada da palavra em latim tripalium, que remetia a um instrumento de três paus que era usado para torturar réus e segurar cavalos por ocasião de ferrar. Trabalhar representava punição e submissão, onde os trabalhadores eram perdedores.
A origem da palavra trabalho deixa evidente o conceito que a mesma possuía em seu surgimento. Originada da palavra em latim tripalium, que remetia a um instrumento de três paus que era usado para torturar réus e segurar cavalos por ocasião de ferrar. Trabalhar representava punição e submissão, onde os trabalhadores eram perdedores.
É
através da Reforma Protestante que o trabalho assume uma real importância e
contribui para outra objetividade manifestada no trabalho. O teórico Max Weber,
em sua obra ‘A ética protestante e o espírito do capitalismo’, foi quem melhor
escreveu sobre o impacto das reformas protestantes, na valorização religiosa do
trabalho.
O
trabalho, desde o seu surgimento até então, possuía dois valores diferentes.
Ele era tanto indispensável para a reprodução biológica e social, quanto também
era indesejável. Essa visão dupla de trabalho é encontrada na cultura
judaico-cristã que, mesmo estando na origem de mudanças no que remete ao
trabalho, ainda não o ressalta como possibilidade de manifestação de um lugar
social, uma vez que ela valoriza o trabalho feito manualmente.
Martin Lutero e a Reforma Protestante |
Somente
em Lutero, há a possibilidade de superação da ambivalência do trabalho no mundo
religioso. Nos estudos de Lutero, a igualdade entre os dois modos de vida não
são opostas. Lutero acentua mais o
aspecto da vocação do que o do trabalho propriamente dito. Porém, é em Calvino
que o trabalho assume um caráter mais radical de valorização, passando a se
tornar um dever.
Para Calvino, o trabalho deve formar uma muralha contra a
preguiça, e que todos devem trabalhar, e quem não o faz, não deve comer, pois
trabalho é um dever. Aqui,
o trabalho não é menosprezado no sentido de condição miserável, como eram os
escravos, mas como condição para a salvação de todos. A subjetividade
manifestada nessa condição de trabalho é uma subjetividade resignada. Os que
trabalham carregam um sentido de vida, mas é antes de tudo uma predestinação,
não há uma alternativa.
João Calvino |
Esse
tipo de interpretação, vinculada ao trabalho, transita para outra
subjetividade, dessa vez mais afirmativa, que permite um sentido mais
significante para a vida de quem trabalha. Isso acontece com a passagem da
interpretação do trabalho não mais como condenação, mas como possibilidade de
exaltação à obra criadora de Deus. Agora o trabalho se faz como chance de
alcançar a glória Dele e a vida passa a ser vista como possibilidade de
servi-lo.
O
trabalho passa a ser valorizado devido à influência dos novos pensamentos
religiosos, porém o trabalhador ainda não. As formas de trabalho variam
conforme o momento histórico. Porém foi a revolução industrial, que propiciou o
principal marco na história do trabalho. Produzir a qualquer custo é o objetivo
dos empresários dessa época. O avanço tecnológico reduziu a necessidade de
trabalhadores especializados. Ao mesmo tempo uma grande massa deixava os campos
para buscar oportunidades na cidade. Sem a necessidade de escolher
trabalhadores com habilidades específicas e com o grande contingente de pessoas
buscando trabalho, os empresários não davam valor a seus empregados, era muito
fácil substitui-los.
A situação nas indústrias que surgiam não era
fácil para os operários. Os salários eram baixos, a jornada de trabalho podia
alcançar ate 16 horas por dia e não havia direito a férias. As fábricas eram
imundas e barulhentas. E predominava o autoritarismo na relação patrão e
operário. Com todas essas condições precárias, é evidente que a consequência
seria a pobreza.
Os patrões preferiam o trabalho das mulheres
e, principalmente, das crianças, que recebiam pagamento menor pelo mesmo
serviço de um homem adulto, uma vez que o trabalho não exigia mais do operário
a força física.
Os trabalhadores logo perceberam a
necessidade de se unir e lutar por seus direitos. Assim, o começo da Revolução
Industrial representou também o início das lutas operárias. Por meio dessas
lutas, os operários formavam a consciência de que pertenciam a uma mesma classe
social: o proletariado.
Diante
desse contexto surge nos Estados Unidos a escola humanística, com o intuito de
responder às necessidades de humanizar e democratizar a empresa. O avanço da
psicologia e da sociologia e a aplicação dessas ciências no ambiente de
trabalho fazem surgir uma nova perspectiva acerca do comportamento humano e
suas motivações.
Elton Mayo |
A
escola humanística comprova a importância dos fatores psicológicos no
desempenho das tarefas. Conclui-se que a capacidade física não é o único fator
que determina o nível de produção de um funcionário, fatores psicológicos e as
expectativas são determinantes para o rendimento dos mesmos. De acordo com
Elton Mayo, um dos pensadores dessa escola, o dinheiro não é a principal
motivação para o desempenho dos operários. As pessoas trabalham para se sentir
reconhecidos, para serem aprovados e se sentirem inseridos em grupos sociais.
Com
o avanço das escolas da administração, foi percebido que o trabalhador
precisava se sentir valorizado para assim produzir mais. Com o passar do tempo
surgem leis que regulamentam a relação entre o trabalhador e o empregador. Atualmente, praticamente todos os trabalhadores, possuem benefícios e leis trabalhistas que definem os direitos e
deveres dos empregados. Existem os sindicatos que defendem a classe dos
trabalhadores, e há também uma legislação específica conforme consta na CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho).
Atualmente existem empresas que
investem grandes quantidades de dinheiro, para criar um ambiente acolhedor e
descontraído para seus funcionários acreditando que o bem estar e o se sentir
bem são a chave para que seus trabalhadores sejam criativos e produtivos. Um
grande exemplo é a Google, que é a tricampeã no prêmio de Melhores Empresas
para Trabalhar em TI & Telecom de 2012.
Veja mais sobre como as empresas modernas têm mudanças no ambiente e nas rotinas de trabalho:
Veja mais sobre como as empresas modernas têm mudanças no ambiente e nas rotinas de trabalho:
Muito legal a forma com que abordaram a evolução do trabalho.
ResponderExcluirQuem sabe daqui uns anos mais empresas se espelhem na Google, que realmente é diferenciada na forma de trabalho.
Muito interessante este texto, gostei da forma como abordaram a passagem! Vemos que o trabalho tem sido valorizado dessa época até os dias de hoje, mas ainda há muito a ser repensado, como essa desigualdade de salários citada no texto, ela ainda existe atualmente e deve ser banida! Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom o texto! Me faz pensar no futuro, quais as próximas mudanças que ocorreram com o trabalho!
ResponderExcluir