Por Daniellie Ribeiro
Diante dos perigos que o desenvolvimento
selvagem da modernidade traz a sociedade, existem proposições para regulamentar
o comportamento humano que tem sido pessoal, social e irresponsável. Com a
finalidade de regulamentar o comportamento humano, a ética é aliada da verdade,
fundamenta-se com o entendimento da possibilidade da verdade, pois sem uma
adequada definição de verdade não se pode esperar uma postura ética
consistente.
Uma verdade está no fato de que quando
nos referimos ao homem, estamos nos referindo às pretensões que ele pode ou não
realizar. Por ser um ser histórico, o homem é o principal componente da
história, por ser ele quem a faz. Como ele é condicionado a realizar uma
escolha dentro de um sistema de exigências e possibilidades que lhe é
apresentado, o homem se apresenta como o nosso principal objeto de estudo.
O critério decisivo para considerar uma
decisão ética ou não é determinado pela “aceitabilidade social”. Essa
aceitabilidade dificulta a inserção da ética dentro das organizações. Por isso,
sem a avaliação ética das ações humanas, que não depende somente de suas
consequências externas, e sim das que causa no interior do próprio sujeito que
a realiza, não tem como colocar a ética dentro das organizações.
Como são as organizações que cedem ao
homem os meios para a realização do trabalho, a organização será cada vez mais
organização, se o homem que nela trabalha for cada vez mais homem. A ligação
entre o desenvolvimento da qualidade ética e a qualidade dos objetivos organizacionais
é uma realidade, e como a empresa é um sistema aberto que recebe influências e
influencia, para construir uma ética empresarial, ou seja, uma ética dentro do
meio organizacional se faz necessário uma série de adaptações por meio da
organização e dos funcionários, com o objetivo de integrar todos na missão da
empresa.
A inserção da
ética dentro da organização é uma tarefa bastante difícil, devido à dificuldade
da “aceitabilidade social”. Para que essa aceitabilidade ocorra às pessoas devem
se submeter à racionalidade econômica em busca de um desenvolvimento humano aceitável.
Pois, como vimos o único racional é investir no desenvolvimento ético das
pessoas que formam parte da organização, de tal modo que é esse investimento num
longo prazo que trará o êxito para empresa. Assim temos a fundamental necessidade
de entender o homem-superior, para ajudar com os sistemas informais presentes
dentro da organização.
A empresa,
quando age de modo ético, presta atenção às questões ambientais e sociais da
sociedade e nas capacidades operacionais de seus funcionários. Isso faz com que
ela desenvolva melhores estratégias que visam tanto uma melhora no
desenvolvimento das capacidades operacionais de seus funcionários como atingir seus
próprios objetivos. A empresa de acordo com o seu caráter e seus valores deve
traçar uma missão para seguir. Essa missão para ser atingida implica na missão
de cada indivíduo que compõe a empresa, e para que ambas sejam atingidas, a
empresa deve focar na satisfação das diversas necessidades de seus funcionários
na busca por desenvolver as capacidades tanto operacionais como afetivas das
pessoas que constituem a empresa. Ao fazer isso, a empresa consegue almejar seus
objetivos (missão), e também seus fins econômicos, e o melhor disso tudo sem
ferir os valores morais das pessoas.
A ética é
essencial para a organização, e não só para ela, mas para tudo que compõe a sociedade
em geral, uma sociedade que é hoje completamente egoísta e imatura, sem ética,
sem valor e sem moral, completamente manipulada pela mídia, pelo poder, pela
corrupção. A ética juntamente com o ser humano visto como um homem-superior que
é a solução para evolução da sociedade, tanto material como espiritual e social.
O fato da
inclusão de pessoas com deficiência dentro do mercado de trabalho ser hoje um
assunto polêmico mostra que a ética não está entranhada dentro da sociedade
como um todo. Em pensar que as empresas inventam diversas desculpas para não
inserir o deficiente na sua empresa pois na visão delas o deficiente intelectual
só atrapalha, já que elas necessitariam investir tanto em tempo como em
dinheiro para talvez ocorrer a adaptação dele. Por isso, é muito rara a empresa
que realmente investe no deficiente para que ele possa trabalhar, por existir
uma lei que obrigue algumas empresas a inserir o deficiente, a maioria delas
opta por pagar um salário mínimo a ele, sem nem mesmo ir à organização, de
modo, que a inserção do deficiente aconteça somente no papel, assim elas não
precisam se adaptar a ele, o que fica mais barato.
A questão é que
a sociedade de hoje é uma sociedade fadada, pois visa somente o retorno
financeiro, sem existir qualquer preocupação com o caminho trilhado para o
alcance desse retorno. A pergunta é, como queremos ser daqui pra frente? Será
que vale tudo pra alcançar a riqueza/poder? Devemos investir em pessoas com
deficiência? Se não, então não devemos investir em nós mesmos, afinal todos
possuímos algum tipo de dificuldade ou mesmo deficiência. Será que se formos
mais humanos poderemos realmente evoluir em ambas as partes? E se a ética for
inserida na organização, realmente obteremos melhorias? São pontos importantes
que ficam para reflexão.
Bom ver que ainda se preocupam com a ética, infelizmente muitos gestores não tem mais a mesma visão
ResponderExcluirÉ um assunto muito discutido, principalmente no nosso pais, pois, aqui o brasileiro sempre da um jeitinho, a politica tem pouquíssimas pessoas éticas de verdade. É realmente difícil ter tranquilidade dentro de uma organização, onde colegas tentam passar por cima do outro, jogos de interesses. A ética infelizmente vem perdendo espaço pra competitividade do mercado. Ótima reflexão Daniellie.
ResponderExcluirMuito legal esse tema! Foi meu tema do seminário e eu acho uma questão muito válida a ser discutida. Muito mais que o lado profissional, as organizações devem ser mais humanizadas e lembrar que estão lidando não com funcionários mas com seres humanos e os tratarem como tal. Ética é imprescindível em qualquer ambiente.
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