Por Daniellie Ribeiro
É imprescindível saber que o trabalho
foi, é e sempre será essencial para o homem. Por se tratar de uma ação própria
do homem na qual ele transforma e melhora os bens da natureza, pode-se afirmar
que não haverá um dia na terra em que não será necessário trabalhar. Assim, o
valor do trabalho está no próprio homem, ou seja, está em sua própria função.
O homem possui uma profunda necessidade
de se encontrar, de se descobrir, de se moldar e se modificar. Somente através
do trabalho que o homem pode ter essa capacidade. E é através da empresa (uma
instituição decisiva para o desenvolvimento econômico) que o homem pode
expressar toda sua criatividade e sua capacidade para enfrentar os desafios
econômicos, sociais e culturais do presente momento. As
raízes da capacidade de empreender se encontram na pessoa humana.
É somente o próprio homem que pode
conseguir encontrar a plena satisfação, de modo que depende dele mesmo: não do
que ele faz, mas de quem o faz e do modo como o faz. Consequentemente, o valor
do trabalho não é o tipo de trabalho que se realiza, e sim o fato de quem o
executa ser uma pessoa. Pois, o trabalho pode representar o
campo em que o caráter de algo único do indivíduo se relaciona com a
comunidade, recebendo assim o seu sentido e o seu valor.
Em outras palavras, o caráter
insubstituível da vida humana, é a consonância com o seu próprio caráter único.
Pois, não é um determinado tipo de profissão que pode oferecer ao homem a
possibilidade de alcançar a plenitude, mas sim, a maneira como eu realizo essa
profissão para contribuir com a comunidade e dar sentido e valor a si.
Por se saber que os maiores problemas nas
empresas atuais são os antropológicos e sociológicos, e não os tecnológicos,
o atual gestor não só deve entender de estratégias como também conhecer o homem
e suas circunstâncias sociais. Assim, o homem que restou do fracassado sistema
moderno deve ser reinventado a partir de postulados de uma nova sensibilidade:
o humanismo. Para a dinamização da sociedade e a ascensão liberdades pessoais e
públicas.
Ao analisarmos o sentido da vida
individual com a união com Deus, na história e, depois na história, até a
eternidade, cria-se uma hipótese que define o humanismo como o homem-superior,
advindo do estudo de duas inseparáveis e complementares antropologias. De
acordo com a antropologia empírica o homem pertence ao reino animal por possuir
um corpo, no entanto, por ser provido de razão ele representa uma espécie
única, sendo o único ser capaz de se conhecer, se autodeterminar e se definir.
A antropologia metafísica visando complementar a empírica penetra na essência
do homem e diz que o homem é um ser material, espiritual e social. Por possuir
um espírito que não é somente matéria, ele não será movido ou motivado somente
por fatores materiais. E por ele ser de uma natureza ao mesmo tempo material e
espiritual, ele também é considerado um ser social, ou seja, um ser que só pode
encontrar a plenitude ao estar inserido dentro da sociedade.
A antropologia metafísica sustenta ainda
que a alma humana é de natureza espiritual, livre e imortal por ser a sede da
razão. O corpo é de natureza material, e mesmo sem considerar um resultante do
outro, juntos eles formam a unidade substancial da natureza humana. Esta
antropologia do homem-superior adquire sua dimensão mais profunda quando faz
duas significantes considerações. A primeira, ao dizer que, é da vida social e
material do homem a realidade de cometer erros, pecados e até mesmo da sua
vontade de cometer atrocidades/maldades. A segunda, se dá no fato de Deus criar
o homem na matéria para comprovar em sua alma a semelhança com a divindade; e
para testemunhar que o valor da pessoa(por ser vinculada a alma espiritual) que
cria a dignidade da pessoa, e esta dignidade é superior a todo que qualquer
valor já existente.
Acredita-se que o homem possui um
caráter único e irrepetível (uma missão), determinado por sua consciência/dignidade
de desempenhar na vida uma tarefa concreta e pessoal. A missão não muda somente
de homem pra homem, muda também de hora a hora, em decorrência do caráter
irrepetível de cada situação.
Ao entender o trabalho humano pode-se
criar um método mais prático para trabalhar. Quando a empresa define claramente
a sua missão e atua em sua consequência ela tem o homem do seu lado, pois ele,
que é a razão da atividade empresarial, atua da mesma maneira. No fim, a
essência do trabalho permanece inalterada. Em qualquer caso o ser humano tem
evoluído em tecnologia e regredido em sua própria essência/índole, pois quando
ele molda e muda a natureza, não para moldar e modificar ao seu próprio ser, e
sim para desfrutar de coisas materiais (capital, lucro e prêmios) ele acaba por
ir contra o seu principal valor/fundamento que é seu caráter, sua dignidade.
As organizações devem se adequar e
compreender o verdadeiro homem, que é o homem-superior, “um ser capaz de
pensar, agir, criar, aprender, errar, melhorar, evoluir, conviver, refletir,
entender, fazer, refazer, multiplicar, observar, conversar, escutar,
desenvolver, encantar, sorrir, ajudar, andar, compreender, rezar, amar, acreditar,
superar, persistir, vencer, sobreviver, viver, realizar, etc.” Com toda certeza
somos capazes de tudo isso e muito mais, é por isso que precisamos tanto
trabalhar e principalmente realizar esse trabalho da melhor maneira possível,
não por querer o dinheiro no final do mês e sim por querer realizar. Só quando
a empresa entender esse lado do homem que poderemos evoluir não só física e
materialmente, mas espiritualmente.
Parabéns ao grupo pelo blog, e pelo texto! E realmente a relação do homem com o trabalho hoje em dia é muito mais do que simplesmente monetária, o indivíduo busca se realizar no trabalho e ser reconhecido também!
ResponderExcluirBom trabalho pessoal. Bastante didático o texto.Essa relação homem-trabalho e o que definirá o futuro das organizações.
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